"... E nem ela é a frágil criança dos romances femininos. O que me leva à loucura é a natureza dupla desta ninfeta - talvez de todas as ninfetas; essa mistura, em minha Lolita, de uma infantilidade terna e sonhadora com uma espécie de estranha vulgaridade, derivada dos rostinhos atrevidos que aparecem nos anúncios e nas fotos de revista, das rosadas imagens de criadinhas adolescentes na Inglaterra (cheirando a suor e a feno), das jovens prostitutas disfarçadas de meninas nos bordéis do interior. E, novamente, isso se mescla com a preciosa e imaculada ternura que aflora através do perfume barato e do lodo, da imundície e da morte, ah, meu Deus, meu Deus! E o mais notável é que ela esta Lolita, minha Lolita, veio individualizar a antiga lascívia do autor desse diário, de tal modo que, acima e antes de tudo só existe... Lolita."
Lolita - Vladimir Nabokov
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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